Sugestões bibliográficas

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

TEXTO 2: Consciência ingênua e consciência crítica


São dois os gêneros de pensar, que definiremos como se segue: a consciência ingênua é, por essência, aquela que não tem consciência dos fatores e condições que a determinam. A consciência crítica é, por essência, aquela que tem clara consciência dos fatores e condições que a determinam. [...]. Deste modo, enquanto uma [a consciência ingênua] profere as suas sentenças em caráter dogmático, incorrendo na privação completa de comunicação reveladora, e se marca pela incapacidade de percepção da mutabilidade das coisas e dos valores, pela falta de simpatia com o que se prenuncia no tempo e pela recusa de aceitação do novo instalado em lugar do dessueto, a outra [a consciência crítica] é eminentemente sensível ao ritmo das transformações do mundo, dócil à compreensão da inevitável queda e nascimento dos valores, acolhedora de todas as medidas que se proponham modificar as condições materiais da vida. [...]. Sabendo-se variável, expressão de uma conjuntura histórica, a consciência crítica procede à permanente investigação dos seus determinantes materiais e se constitui, por isso, em consciência adequada a promover a autêntica ideologia do desenvolvimento nacional. (Álvaro Vieira Pinto. Consciência e Realidade Nacional, vol. I, p. 83-90)

Nenhum comentário:

Postar um comentário