“O
que na realidade queremos dizer ao afirmar que a democracia constitui uma
realidade psicológica é que qualquer instituição democrática, e qualquer
organização democrática, está elaborada por uma série de inclinações,
sentimentos, convicções e hábitos de pensamento na mente dos indivíduos, muito
antes de sua realização histórica. Em um determinado período e em um
determinado contexto histórico esses elementos mentais se traduzem em
instituições e modos de conduta social que, em conjunto, constituem uma
sociedade democrática e uma forma democrática de vida. [...]. Estamos dispostos
a chegar mais longe e afirmar que quando este esquema mental está ausente as
instituições democráticas não podem desenvolver-se; se tais instituições são introduzidas
de fora o mais provável é que resultem mutiladas ou desapareçam por completo ao
fim de um breve tempo. [...]. A democracia surge de seu próprio solo. Isto
significa que requer experiências específicas e mudanças mentais específicas em
uma comunidade antes de surgir como realidade histórica. [...]. E é a
integração de tais fatores (hábitos mentais e experiências concretas de uma
sociedade aberta e flexível) em uma totalidade o que constitui o extrato básico
de um esquema mental e um tipo de personalidade que cabe denominar
democráticos”
(Z. Barbu. Psicología de la
Democracia e de la Dictadura, p. 30-31).
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